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Copiado de Wikepedia |
A febre atual das redes sociais tecnológicas costuma ignorar que o fenômeno existe, há muito, bem antes do boom informático e pode estar relacionada a transformação nas comunicações, na construção de grupos e identidades e nas relações de poder. Como parte dos preparativos do Encontro Latinoamericano de Mulheres, que busca se constituir como um fórum paralelo e complementar à conferência mundial RIO+20, a comunidade Facebook "Terra, um planeta mulher" tem divulgado diversos textos preparatórios do evento. Uma das mesas estará dedicada à questão do "acesso à informação, sustentabilidade e relações de gênero" e contará com a participação de Sucena Shkrada Resk, jornalista, que publicou recentemente excelente reflexão sobre a necessidade de democratização do acesso às redes sociais e às suas respectivas mídias/tecnologias:
Comunicação: do cordel à tecnologia,
por Sucena Shkrada Resk
O acesso à comunicação na contemporaneidade não pode ser definida somente por plataformas tecnológicas, como se fosse a única solução para tudo. Quando restringimos a uma alternativa, caímos na armadilha da verticalização. O princípio é o poder de escolha aos diversos tipos de mídias, desde o cordel, o jornal mural ao blog, a grupos, redes (acesso democrático por banda larga à internet), ao vídeo, a rádios e tvs comunitárias e a grades e pautas democráticas nas demais mídias. Tradição e modernidade são compatíveis e podem se misturar. Dão liga, porque inspiram manifestações e linguagens diversas e com um caráter importante: permitem a espontaneidade da participação.
Aqui não se trata de melhor ou pior, mas meios diferentes, com amplitudes menores ou maiores de público e participantes. Ao engessar as possibilidades, nos tornamos vítimas de nossos próprios discursos libertários. Por isso, achei interessante a apresentação do case “Cordel de Comunicação” apresentado pela jornalista pernambucana Raquel Lasalvia, do Centro de Cultura Luiz Freire, (CCLF), de Olinda, no último dia 4, durante o Seminário Desafios da Liberdade de Expressão. O evento foi promovido pelo Fórum Nacional pela Democracia da Comunicação (FNDC), em São Paulo.
Em conversa com o Blog Cidadãos do Mundo, ela explicou que a iniciativa surgiu em agosto do ano passado, no processo de divulgação das propostas do FNDC para o marco regulatório da comunicação no país. “A questão era popularizar as informações sobre os pontos discutidos. O jornalista Ivan Moraes Filho (também do CCLF) escreveu um texto em formato de cordel, nesse sentido. Daí João Brant (Intervozes) ajudou no mote, além de contribuições de Ricardo Mello”, disse.
Assim surgiu a Peleja Comunicacional do Marco Regulatório e ‘Conceição’ Pública na terra sem lei dos coronéis eletrônicos.
No conteúdo, há trechos como esse:
“...Só que devia ter regranão é brincadeira nãogarantir a todo mundoliberdade de expressãopelo menos é o que falanossa Constituição...”
“Depois fizemos parceria com o Intervozes e tivemos o apoio da Ford Foundation, para fazer as cartilhas em cordel. A publicação saiu em novembro de 2011 e foi distribuída na plenária do FNDC, no mês seguinte e no Encontro Nacional sobre Direito à Comunicação, em fevereiro, no Recife”.
O projeto deve se expandir para vídeo. “A ideia é que haja a participação de atores na interpretação e que até 15 de julho o trabalho esteja concluído e possa ser divulgado pela internet e TVs públicas”, adiantou.
- Acesse aqui post anterior sobre o evento e a questão do acesso à informação
- Acesse aqui a página referente à mesa de acesso à informação no evento
- Acesse aqui página sobre outro evento de acesso à informação (que não é específico às questões de gênero e sustentabilidade e contribua com o debate em 2013, no Chile.
André,
ResponderExcluirSugiro dar uma consultada na excelente coleção de cordel da Universidade Estadual da Paraiba. O URL é: http://biblioteca.uepb.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=506&Itemid=77
São mais de 17.000 itens nessa biblioteca digital.
Murilo Cunha
André,
ResponderExcluirVeja também a coleção de literatura de cordel da Biblioteca Belmonte (São Paulo), no uRL:http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/biblioteca_belmonte/cultura_popular/literatura_de_cordel/index.php?p=4685
Fica dada a dica também para os demais leitores do blog. Agradeço pela constante colaboração de qualidade, Prof. Murilo.
ResponderExcluirEm tempo: a url http://cordeis.bc.uepb.edu.br/ dá acesso direto à base da UEPB.
Só uma dica, a Academia Brasileira de Literatura de Cordel também disponibiliza acesso a uma diversidade de cordéis digitalizados.
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