Ambiente virtual de debate metodológico em Ciência da Informação, pesquisa científica e produção social de conhecimento

sábado, 30 de outubro de 2010

Começou ontem o segundo Congreso Ciencias, Tecnologías y Culturas


Teve início ontem, em Santiago de Chile, o segundo Congreso Congreso Ciencias, Tecnologías y Culturas: diálogo entre las disciplinas del conocimiento - mirando al futuro de América Latina y el Caribe, que busca abranger os temas mais relevantes (e diversos) ligados ao tema (acesse aqui a página do congresso). O congresso faz parte do movimento Intenacional do  Conhecimento. Os objetivos gerais estão assim definidos:
  1. Contribuir al diálogo e intercambio entre las diversas disciplinas.
  2. Fomentar la discusión sobre la tarea intelectual en una rezagada América Latina en el marco del Bicentenario.
  3. Generar un gran movimiento de coordinación que comprenda a personas e instituciones que producen y difunden el conocimiento para desarrollar las fuerzas productivas intelectuales.
O movimento Internacional del Conocimento propõe, entre outras coisas articular uma rede de profissionais do conhecimento e da informação, transcendendo partidos, nações, associações, disciplinas e instituições. Uma grande rede que, acima das crenças e ideologias, se compromete com a qualidade do conhecimento e honestidade intelectual, convicta que estas são as chaves para o bem estar da humanidade, particularmente para a América Latina e o Caribe (acesse aqui o portal do movimento). Tais ideais estão expressos em um manifesto que pontua 10 itens básicos para que a proposta possa ser viável. Acesse aqui a página do compromisso intelectual 2010 e faça sua adesão virtual à livre divulgação e produção do conhecimento.

O congresso está dividido em 60 simpósios, que representam mais de 2500 comunicações, oriundas de mais de 400 universidades, centros de pesquisa, instituições de educação etc. Um desses simpósios, o nº 56, dedica-se ao tema do acesso à informação. Acesse aqui post sobre tal simpósio.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Algumas referências para elaboração de monografia

(coordenadora do curso de arquivologia da UnB)

Para compor o corpo da monografia, pode-se usar a estrutura do próprio projeto de pesquisa como uma referência inicial. Os elementos abaixo são apenas um exemplo, que pode ser adaptado segundo as necessidades do trabalho e as exigências e recomendações do curso ou do(a) orientador(a): 
  • INTRODUÇÃO: onde são apresentados, de maneira breve, a delimitação do tema, o(s) problema(s) de que trata o trabalho e o objetivo (geral) que se deseja atingir; pode trazer, ainda, uma indicação bem resumida (no máximo um parágrafo) do conteúdo que será encontrado nos outros capítulos do trabalho 
  • OBJETIVOS: exposição direta do objetivo geral e dos objetivos específicos 
  • JUSTIFICATIVA: onde é feita a argumentação acerca da importância do tema em geral e do aspecto específico escolhido para a pesquisa; aqui podem ser melhor explicados, se necessário, a delimitação do tema e o(s) problema(s) abordados 
  • REVISÃO DE LITERATURA: onde deve-se indicar o estágio atual das discussões sobre o tema e o problema na bibliografia disponível na área 
  • METODOLOGIA: onde são apresentados as análises do autor acerca do referencial teórico e a metodologia escolhida; as técnicas de coleta de dados, os instrumentos de análise, os materiais e equipamentos utilizados (se for o caso) etc. 
  • RESULTADOS: onde são apresentados os resultados da pesquisa, como os dados coletados, produtos realizados (por exemplo, criação de ferramentas ou instrumentos, manuais etc.) 
  • DISCUSSÃO: onde são comentados os resultados da pesquisa (pode ser incluída na conclusão) 
  • CONCLUSÃO(ÕES): onde são indicadas, de modo sintético, as descobertas do autor a partir dos dados apresentados anteriormente. 
Normas úteis para a elaboração da monografia (como são normas pagas, sem domínio público, elas não podem ser aqui disponibilizadas, mas com um pouco de paciência e Google consegue-se encontrá-las em vários locais virtuais).
  • ABNT NBR 14724:2005 - Informação e documentação — Trabalhos acadêmicos — Apresentação; 
  • ABNT NBR 10520:2002 - Informação e documentação - Apresentação de citações em documentos;
  • ABNT NBR 6023:2002 - Informação e documentação - Referências - Elaboração;
  • ABNT NBR 6027:2003 - Informação e documentação - Sumário – Apresentação;
  • ABNT NBR 6028:2003 - Informação e documentação - Resumo – Apresentação;
    ATENÇÃO: não faça o resumo em inglês com uso de tradutor automático, se necessário contrate alguém para fazer e/ou revisar a tradução;
  • ABNT NBR 6024:2003 - Informação e documentação - Numeração progressiva das seções de um documento escrito – Apresentação;
  • IBGE. Normas de apresentação tabular. 3ª ed. Rio de Janeiro, 1993. 
  • Obs.: cuidado com a revisão geral do trabalho; se necessário, contrate uma revisão profissional.

No caso da monografia encadernada em capa dura, ver também:
  • ABNT NBR 12225:2004 - Informação e documentação – Lombada – Apresentação. 
  • Obs.: para a elaboração da ficha catalográfica, recomendo solicitar a tarfea a um(a) bibliotecário(a).

Posteriormente, para transformar a monografia em artigo, consultar:
  • ABNT NBR 6022:2003 - Informação e documentação - Artigo em publicação periódica científica impressa - Apresentação.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dicas sobre preparação de apresentação em slides


As dicas abaixo, elaboradas pela Profa. Dra. Darcilene Sena Rezende, além de úteis, são muito importantes para evitar a situação representada acima:

1 – comece pelo fim: as conclusões que vc quer passar são a parte mais importante, por isso, prepare primeiro e com cuidado o(s) slide(s) final(is);

2 – use pouco texto, só informações fundamentais (tente sintetizar as idéias em forma de esquemas ou tópicos); texto demais não será lido, deixa a apresentação longa, aborrecida e às vezes mais confusa;

3 – procure colocar apenas uma idéia ou gráfico por slide; se necessário, divida as informações em vários slides;

4 – use de preferência fontes sem serifa (ex.: calibri, arial, tahoma) para melhorar a legibilidade e use destaque ou outra fonte para os títulos;

5 – evite usar fontes menores que 24 ou 28 pontos;

6 – não leia o que está escrito nos slides; eles devem ser um complemento;

7 – tente verificar o tempo que o público levará para compreender o conteúdo de cada slide (deve ser muito rápido, apenas alguns segundos);

8 – verifique o tempo que vc leva para apresentar cada slide, a fim de não ultrapassar seu limite de tempo.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cuidado com a pontuação


A redação científica deve ser sempre pautada em dois aspectos: precisão e clareza. A brincadeira a seguir, fartamente reproduzida em páginas na Internet, bem mostra o quão importante é a pontuação para tais requisitos.
Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta, e escreveu assim: “Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres.” Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes:
O sobrinho fez a seguinte pontuação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres."
A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: "Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres."
O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres."
Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres."
Outro exemplo bastante vulgarizado na Internet é a seguinte frase: "Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro a sua procura." A brincadeira é colocar uma vírgula na frase. As feministas dizem que os machistas fariam a pausa antes do artigo "a" ao invés de fazê-la após o substantivo "mulher". Será que é necessário fazer uma pesquisa de opinião (qualitativa, exploratória, com questionários estruturados etc.) Para verificar a validade de tal hipótese ou poderíamos elevá-la, de antemão, à categoria de pressuposto?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quem deve fazer avaliação de mérito acadêmico de um projeto de pesquisa?


No começo de 2010 a UnB ratificou a normativa que altera o critério de julgamento de projetos científicos, exigindo avaliações alheias à questão do mérito científico como condição sine qua non para a institucionalização e implementação de projetos, mesmo que oriundos de recursos externos à universidade. A discussão ultrapassou os limites da UnB, com significativa repercussão nas redes sociais. Ver, por exemplo, o blog Ciência Brasil, que além de se posicionar quanto ao tema, disponibilizou os links aos documentos da UnB (clique aqui). O blog de Metodologia CI, em 28 de abril também manifestou sua discordância através de post  (clique aqui) e promoveu uma enquete sobre o tema, recentemente finalizada:


O resultado da enquete reforça, felizmente, o modelo de uma universidade meritocrática, na qual a avaliação da pesquisa cabe aos pares e não à instâncias burocráticas, com critérios alheios ao fazer científico.