Ontem a UNESCO publicizou seu relatório quinquenal relativo ao desenvolvimento mundial da ciência. De acordo com a apresentação da obra, o relatório busca espelhar o desenvolvimento da ciência nos cinco anos recentes, apesar de trabalhar com dados macroeconômicos de 2007. A pesquisa trabalha com segmentação de dados em quatro perspectivas: nível de desenvolvimento, continentes/regiões, comunidades econômicas e países selecionados. Nessa última segmentação é possível analisar comparativamente o Brasil em relação a outros países (emergentes e desenvolvidos).
Os organizadores indicam que o avanço da informação digital e das TICs está alterando o desenvolvimento da ciência e, em minha opinião, aumentando o fosso informacional e as correspondentes desigualdades entre países e regiões. Uma frase emblemática na apresentação denota a crescente importância do acesso à informação: "A acessibilidade à informação codificada em torno do mundo está tendo um efeito radical na criação, acumulação e disseminação de conhecimento (...)" (UNESCO 2010, p.2). Ou seja, países e regiões se desenvolvem mais (ou menos) não apenas em função da qualidade e quantidade de sua produção científica, mas também (ou principalmente) pela capacidade de armazenar, compartilhar, difundir e acessar informação científica significativa. Guardadas as devidas (e imensas) proporções, espera-se que a prática da manutenção de um diário aberto de pesquisa (na forma de blog, por exemplo, com links, informações, documentos, conclusões parciais, artigos etc.) induza os jovens pesquisadores a trabalharem na redução do fosso informacional, contribuindo para a diminuição das disparidades científicas regionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente & argumente