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quinta-feira, 18 de março de 2010

Se você colocar menos gasolina no seu carro ele vai rodar?

  1. Mais Kms do que antes, por que tudo é uma questão de empenho e dedicação.
  2. A mesma quantidade de Kms, porque já se "acostumou" com tal kilometragem.
  3. Indiferente, porque uso carro oficial e estou me lixando para quem tem menos gasolina.
  4. Não é possível determinar porque o TCU ainda não discutiu o assunto.
  5. Vai depender se a gasolina é gratificada com URP ou não.


    Volto a repetir (ver nota aqui postada anteriormente) que, POR PRINCÍPIO, sou contra greve em universidades públicas. Não há produção de mais-valia, portanto a paralisação não implica em perda para nosso “patrão” (aliás, quem é nosso patrão: o “sistema”?, o presidente?, o ministro – qual deles?, o reitor?, o cidadão – quem?, a sociedade?). Dedico-me de corpo e alma à universidade pública desde 1994 e não consigo defendê-la suspendendo as atividades. Mr. Spock diria que isso é ilógico e eu concordo.

    Outra coisa é o pacto de direitos e deveres sob o qual está fundada a universidade atual ser vilipendiado. Essa acordo indica meus deveres (os quais cumpro com dedicação) e determina o quanto serei pago por isso (independentemente do nome técnico do pagamento). Não faço questão alguma de URP, desde que tal valor me seja pago, sob qualquer outro nome. Aliás, porque não extinguir tantas gratificações e transformar tudo em salário? Gasolina com muito solvente acaba com os motores.

    Minha decisão, nesse exato momento, é entrar em greve. Espero que ela possa, brevemente, ser reconsiderada. O que não impede que continuemos, dentro do escopo da disciplina, a discutir ciência e universidade enquanto a crise de combustível perdurar.

    O tema do encontro de hoje é: 
    Bases institucionais da estrutura da produção de ciência no Brasil de hoje: as universidades
     (ou vocês acham que os carros andam sem combustível?)

    Para melhor discussão, além do excelente texto de Milton Santos (baixe aqui) segue uma nota escrita por um funcionário da UnB endereçado à chefia do departamento, à coordenação do curso de graduação atendida pelo servidor a aos professores de tal curso. Ele me autorizou a publicar o texto, mas, para evitar que a corda arrebentasse do lado mais fraco, eximi dados que pudessem identificar a ele ou a outros envolvidos.

    Após ter a URP incorporada ao salário em decisão da justiça "transitado em julgado" nós estamos sob ameaça do nosso Ministério do Planejamento (MPOG) de perder essa significativa parcela do salário, o  que implicaria em drástica redução salarial, com significativo reflexo no sustento de nossa família.
    Eu gostaria que nosso ministério estivesse lutando por melhoria salarial para professores e funcionários das Universidades que recebem hoje os menores salários do serviço público. É só comparar nossos salários com os iniciais do Poder Legislativo e Judiciário. No entanto, percebo que o mesmo, em suas ameaças que vêm desde o ano passado, tem buscado meios de justificar a retirada de nosso salário dessa histórica conquista, que remonta há cerca de duas décadas e foi conquistada com muito sacrifício e muita luta pela Comunidade Universitária.
    Neste  momento de séria ameaça ao sustento de  nossas famílias, temos duas alternativas de atitude: continuar trabalhando e deixar a ameaça  ser concretizada (ou não) ou ir à luta. Eu que não tenho a tradição de fazer greve, pensei em minha família, o que diria a ela se depois de mais de 20 anos de plena dedicação a uma Instituição chegasse a casa com menos 1/4 do salário? Optei pela segunda alternativa. A partir de hoje, 17/03, e considerando a deflagração  da greve dos servidores em assembléia realizada ontem, informo a todos que aderi à greve e estarei participando dos eventos programados para reverter o quadro instalado.
    Obs.: Recebo mensalmente uma Função Gratificada (FG) para ser o Secretário do Curso de onoononoonoo no valor de R$ 71,05 (setenta e um reais e cinco centavos). Caso a UnB estabeleça como condição para ocupantes de FG aderir à greve e lutar para manutenção de seus salários a entrega da função, a minha está à disposição. Pelo que eu sei esses valores de gratificações para exercício de cargos de confiança da UnB estão congelados há uns quinze anos. E "todos estão nesse mesmo barco" (chefes e secretários de departamento, coordenadores de curso etc - com enormes responsabilidades, trabalhando  muito e muitas vezes deixando o convívio de suas famílias para cumprir suas missões para depois receberem valores irrisórios). Será que também não seria um bom assunto para o nosso  Ministro se preocupar em resolver (poderia até dar uma comparadinha dos valores das FG's das Universidades com as do Legislativo e Judiciário) ao invés de querer cortar parte dos nossos salários ?

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