Ambiente virtual de debate metodológico em Ciência da Informação, pesquisa científica e produção social de conhecimento

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Por que fazemos ciência?

Copiado de Wikipedia
Para que serve a ciência, afinal? Muitas pessoas acham que é para melhorar a sociedade e o mundo. Outras argumentam que o juízo de valor sempre é questionável, pois o que é melhor para alguém pode não ser melhor para outrem. Há quem diga que serve para dominar o mundo e alterar a realidade... No universo acadêmico a abordagem de cunho empiricista muitas vezes apregoa que o limite da pesquisa científica, ao menos no âmbito de projetos de mestrado e doutorado, está relacionado à compreensão de um fenômeno. Os defensores do relativismo e da crítica humanizadora, por vezes admitem, e até assumidamente procuram, a transformação de uma dada realidade a partir da compreensão de um fenômeno, podendo, inclusive, buscar a modificação do próprio fenômeno, em algumas situações. 

Eduardo Tomanik tem uma frase bastante interessante sobre a postura transformadora que a pesquisa científica pode vir a ter: "a realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos. Ela é sempre diferente do que gostaríamos que fosse; por isso tentamos modificá-la.”.  E você, jovem pesquisador de Ciência da Informação, como se posiciona a respeito dessa questão? Como essa preocupação está evidenciada (se é que está) no seu projeto ou na formalização de sua pesquisa? 

Utilize o campo comment, abaixo, para indicar a url do seu blog onde esse ponto é discutido. Caso você não possua um blog, opine diretamente nesse mesmo campo.

O prazo, para os alunos do DINTER encerra-se às 8hs:14min do dia 02/julho/2012, horário de Brasília.

Os alunos de mestrado da UnB têm até às 13hs:59min do dia 05/julho/2012, horário de Brasília para postarem a resposta.

Não esqueçam de se identificar (nome e código).!

40 comentários:

  1. Aluna: Kadidja de Oliveira
    Matrícula PPGCINF: 11/0105656

    Convido esta comunidade de pesquisa em Ciência da Informação a participar do espaço de discussão acerca do que é Ciência.
    O acesso pode ser realizado por meio do Link:
    http://projetopapic.blogspot.com.br/2012/06/reflexoes-o-que-e-ciencia.html
    Participe, opine, discuta, reflita! Seja um sujeito-ator na colaboração da construção do conhecimento.

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  2. Lais Pereira de Oliveira30 de junho de 2012 às 09:17

    a) M-UnB
    b) nome completo: Lais Pereira de Oliveira.

    Vejo o "fazer ciência" como a busca por respostas. O ser humano é movido por perguntas e vive numa constante busca de satisfação destas, por meio de modelos, teorias ou exemplos práticos capazes de justificarem um dado fenômeno.
    A ciência enquanto instrumento envolto em ideias benéficas representa mais o que gostaríamos que fosse, do que realmente é. O cientista é homem, e como homem está sujeito a qualquer momento, a corromper-se.
    Assim sendo, a ciência pode ser utilizada para fins benéficos e maléficos, a depender do contexto, das pessoas envolvidas e da intenção de quem financia.
    O que se pode presumir, de fato, é que a ciência funciona como um instrumento de busca por respostas, que podem ou não trazer grandes contribuições, da mesma forma que podem servir ao propósito de "domínio" da realidade ou simplesmente enquadrar-se no rol de estudos de pouco impacto social.
    Em relação a meu projeto de pesquisa, todo o pensamento envolto na ideia "salvarei o mundo" esvaiu-se. Ainda assim, mantenho como rumo de ação a tratativa de buscar válida contribuição em especial no universo da temática estudada.

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    1. Não compreendo como a noção - "salvarei o mundo" pode esvair-se, pois se a ciência produz a bomba atômica e é possível a destruição do mundo pelo uso abusivo destas armas... o contrário não seria verdadeiro? Não poderia fazer ciência para salvar o mundo de determinada doença extremamente epidêmica, por exemplo?

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  3. Nome: Julia Bellia Margoto
    DINTER

    A discussão sobre este ponto está no blog http://www.cinotrabalho.blogspot.com.br/

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  4. Ana Claudia Borges Campos Wenceslau1 de julho de 2012 às 18:38

    a)DINTER UnB/UFES
    b)Ana Claudia Borges Campos Wenceslau

    “ A realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber” pois estamos limitados por uma visão parcial sobre o mundo. Estas visões estão baseadas em nossas noções de verdade e foram socialmente construídas pelas instituições presentes na sociedade: família, igreja, escola, entre outras e são concepções particulares individuais (ou coletivas), ou seja, são fragmentos dessa realidade, que é composta por vários fenômenos e pelos seus desdobramentos.

    Toda a ciência é uma tentativa de explicação da realidade. Essa tentativa não pode ser efetuada de forma a englobar todos os aspectos envolvidos na realidade sócio-histórica, temporal e específica de uma dada realidade. Há fatores que vão além do conhecimento forjado. Por essa razão, deve-se dar um enfoque particular e detalhado da realidade, ou seja, fazer um “recorte”, onde vai ser possível realizar uma construção teórica, a partir de ideias particulares sobre o contexto apresentado e alcançar resultados equilibrados, maturados e devidamente fundamentados daquela realidade.

    Pesquisamos porque temos a necessidade de conhecer os fenômenos para melhor compreendê-los. Porém, ao fazermos isso estamos modificando, voluntária ou involuntariamente, o fenômeno. A ciência não está separada da realidade, mas muitas vezes, quando a compreendemos vemos a necessidade de normatizar e subjulgar o fenômeno por achar que nosso entendimento poderá ser válido para toda e qualquer situação desse fenômeno. Nossa ação de pesquisa transforma o fenômeno de pesquisa e adéqua-o a nossa visão parcial a partir de ideias particulares sobre o contexto apresentado. Alcançamos resultados equilibrados, maturados e devidamente fundamentados daquela realidade. O fazer científico não é uma construção absoluta e final da realidade que é dinâmica e mutante.

    Após as aulas de metodologia percebo que meu projeto também possui uma concepção forte de querer “transformar a mundo” e entendo que ele apenas é uma contribuição limitada para a compreensão do mercado profissional do bibliotecário no E.S. A articulação entre a formação do profissional (currículo) e as necessidade desse mercado poderá (ou não) ocorrer e ser adequado (ou não) a melhoria qualitativa do profissional que se insere no mundo do trabalho. Afinal, o mercado é mutante e as transformações curriculares não conseguem acompanhar essa transformação, além disso, refletindo um pouco mais, não penso que devem. E então, será possível avançar sobre esse tema?
    Aguardo sua colaboração sobre o tema no endereço: http://mercadobiblio.blogspot.com.br/

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    1. "Pesquisamos porque temos a necessidade de conhecer os fenômenos para melhor compreendê-lo." Mas compreendemos não só por compreender, mas para sobreviver ou melhorar nossa qualidade de vida.Certo?

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  5. DINTER UnB/UFES
    Luzia Zorzal

    A discussão sobre este assunto consta no blog http://pesquisadisclosure.blogspot.com.br/

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  6. DINTER
    Nome: Janyluce Rezende Gama
    A discussão sobre “Por que fazemos ciência?” encontra-se em:
    http://www.doutorajany.blogspot.com.br

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  7. Henrique Monteiro Cristovão
    DINTER

    Questão discutida no meu blog em http://pesquisaci.blogspot.com.br/2012/07/porque-fazemos-ciencia.html

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  8. Meri Nadia Marques Gerlin
    DINTER

    Para que serve, afinal, a ciência? Basta pesquisar as lendas capixabas, ao recorrer apenas aos métodos de estudo fornecidos pela Ciência da Informação?

    Para ler os questionamentos na versão completa e a reflexão solicitada nessa atividade, é necessário visitar o blog Pesquisar e Narrar, no seguinte endereço: http://pesquisarenarrar.blogspot.com.br/

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  9. Lucileide A. de Lima do Nascimento
    DINTER
    Eu diria que um fator a favor da ciência, principalmente oriundo dos jovens pesquisadores, é a intenção ou a ânsia de dispor energia objetivando algo intenso e com significado. A Paixão faz toda a diferença! Como salientado por nosso professor André Ancona, desejamos transformar e revolucionar o mundo! O desejo como elemento mobilizador abre uma precedência potencializadora para a atividade de produzir conhecimento.
    A noção de complexidade diante do desejo que nos move, a principio, não se parece tão pungente, quanto ao fim de uma disciplina de metodologia de pesquisa (brincadeirinha!!!). Explico: começamos a discussão, na aula, desconstruindo discursos que referendamos e práticas das quais participamos (como docentes): O que é ciência? Existe a realidade? O que é percepção? Quanto podemos perceber dessa realidade? Existe objetivamente a verdade? A quem interessa?
    Na realidade, sempre desconfiei dessas assertivas que operam para desnaturalização dos atos do homem na relação com o seu meio e com o seu outro. Desconfio de um modo de fazer ciência que desvincula o homem do seu eco e do seu ambiente de interação, que o insere de novo agora como o estranho artificialmente integrado, por força do recurso metodológico que define as regras de aproximação, observação e experimentação. Nesse modo moderno de fazer ciência a pergunta intrigante é: as consequências dessa ciência são científicas? ou estamos diante de uma pretensa neutralidade inconsequente? (SANTOS, 2001).
    A realidade complexa é outro fator instigante e que dada a sua natureza precisa ser considerado como interveniente no modo de produzir ciência, perceber que nos encontramos em uma realidade complexa justamente porque também se apresenta inesgotável em suas possibilidades de desvelamento. Por isso mesmo seria prudente pensar na provisoriedade de qualquer descoberta e na parcialidade do olhar.
    Pesquisamos porque precisamos pensar. O pensar é inseparável do viver. A ciência representa um modo de pensar a vida! (Mais uma definição para algo quase indefinível!!). Ciência, se não é, deveria ser conhecimento socialmente produzido! Se é possível pensar uma nova racionalidade, o princípio fundante deveria se orientar para a cooperação e partilha no modo de produzi-la (ABDALLA, 2004). Existe ciência que não seja social?
    Na prática me parece que o grande desafio com que nos deparamos durante a realização de pesquisas é alcançar uma forma descritiva que nos permita: explicitar de modo objetivo o conhecimento do fenômeno ou problema em questão; não perder de vista o caráter histórico-social desse problema e por último; conseguir realizar uma aproximação de seu sentido/significação no contexto histórico em que vivemos(MINAYO, 2004).
    O texto produzido durante a pesquisa pode ser tomado como (pre)texto para a aprendizagem, para demonstrar o que foi aprendido. Entendemos que na pesquisa o recurso da linguagem é a fonte e núcleo central dessa comunicação. O produto final é o elemento simbólico da ação reflexiva do pesquisador, que revela os limites e também seus condicionamentos. A mesma linguagem possibilitadora da comunicação também carrilha as dificuldades (MINAYO, 2004).
    Fontes consultadas: ABDALLA, M. O principio da cooperação: em busca de uma nova racionalidade. 2.ed. São Paulo: Paulus, 2004. / MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8.ed. São Paulo: HUCITEC, 2004. / SANTOS, Boaventura de Sousa. Seis razões para pensar. In: RODRIGUES, Leôncio Martins (Coord.). Por que pensar? Lua Nova, São Paulo, n.54, p.13-23, 2001. Disponível em: Disponível em: . Acesso em: jun. 2012.

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    1. "Entendemos que na pesquisa o recurso da linguagem é a fonte e núcleo central dessa comunicação." Mas qual motivo nos comunicamos e possuímos linguagem? Isso não seria vital para nossa própria sobrevivência? Também a ciência, não entraria neste mesmo domínio que se controla a realidade e é indispensável a nossa vida dadas as complexidades das problemáticas que nos cercam?

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    2. veja meu comentário logo abaixo...

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  10. ANDRE MALVERDES
    DINTER

    A ciência serve para transformar a realidade e propiciar que oindivíduo se perceba como agente transformador do mundo em que atua.

    A obra do pintor uruguaio Joaquim Torres mostra como devemos repensar o que a primeira vista parece "normal". Por que a América Latina fica em baixo no mapa,considerado pelas pessoas como o "certo", por convenção, e não ao contrário?

    Entendermos o papel da ciência junto a sociedade é uma reflexão importante para o cientista. Parafraseando e adaptando Paulo Freie: a ciência não muda o mundo, a ciência muda as pessoas, as pessoas mudam o mundo.

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    1. e o mundo muda as pessoas... me parece ser uma relação retroalimentativa, mas acredito que um evolucionista afirmaria que as condições e pressões a que a vida está inserida muda mais as pessoas do que ao contrário... assim defende Günter Dux na sua análise Histórico-genética da Cultura

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Niels Bohr descobriu que o mundo físico não pode ser tomado como inteiramente distinto ou separado de seu observador, deste modo a independência da física clássica deixou de ser a tese predominante no campo da ciência.

    Os problemas do objeto passaram a ser os problemas do cientista.

    Em última análise o ser humano usa a ciência para sobreviver ou viver melhor frente aos problemas dados em um determinado universo.

    Mas só é preciso fazer ciência quando estas problemáticas são tão complexas que carecem de uma metodologia e uma abordagem que entram no domínio científico tendo em vista seu uso para ações vitais.

    Esta dominação da realidade vai ao encontro de Whort que ainda antes de Bacon defendeu os instrumentos de descrição, não apenas a linguagem, mas toda descrição como modeladora de fatos e que há uma cosmologia dentro da própria língua que guia a atividade mental e as impressões do cientista, e portanto, de seu objeto.

    Posto isto este domínio da ciência é inerente a atividade humana e seu vínculo é inseparável das atividades biológicas como a dominação e a perpetuação.

    Tamanha é esta urgência que os países estrangeiros contam com Polícias Científicas e iniciativas científicas de peso oriundas dos órgãos de Defesa e Segurança.

    Em suma, a ciência é uma questão estratégica para perpetuação ou manutenção de uma sociedade visto que sua práxis trabalha com a sobrevivência/destruição e/ou o melhor/pior viver da humanidade.

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  13. Nome: Alessandra Silva de Souza
    M-UnB

    Os link dessa atividade encontra-se http://alebuba.blogspot.com.br/

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  14. NOME: DANIEL ALVES RIBEIRO GUIMARÃES
    M-UNB


    A curiosidade o modo ousado e persistente é que tem feito do homem pesquisadores e cientistas em buscas de respostas.
    Arquimedes, Galileu, Newton , Einstein, homens que deram contribuição para evolução da humanidade, buscavam entender os fenômenos que lhe maravilhavam e que acima de tudo aguçava a sua curiosidade de forma natural
    A ciência busca por meio de métodos conduzir pessoas comuns a descobertas ou a pesquisas, que alcancem algum resultado aproveitável em seu próprio fim ou para outras pesquisas.

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  15. Nome: Rafael Henrique Santos Soares
    Codigo: M-UnB
    Matricula: 12/0065738

    Comentarios no post em meu blog: http://rafaelhenrique.net/informacao/?p=26

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  16. Marcelo Alves dos Santos2 de julho de 2012 às 18:05

    M-UnB

    Eu sempre acreditei que fazer ciência nascia de uma inquietude, de uma curiosidade sobre algo, na tentativa de entender, compreender um fenômeno e experimentar teorias. Continuo achando que o requisito mais importante para um cientista é a curiosidade e da vontade de seguir, como as crianças nascem com curiosidade natural.

    Mas acredito que a investigação científica hoje mudou muito. Para os muitos faze ciência é uma carreira, um trabalho que é pago. Um trabalho escolhido e trilhado como em diversas profissões, que ainda dependem sim de alguns fatores tais como capacidade de interação, personalidade e formação . Mas atualmente muitos já podem afirmar:

    "EU FUI TREINADO PARA SER UM CIENTISTA"

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  17. Nome: Paulo Argolo
    Mestrado FCI/UnB

    Para que serve a ciência? Para muitos propósitos. Por exemplo, serve para: resolver problemas em aberto e, também, para criar novos problemas; compreender e descrever fenômenos naturais ou sociais; melhorar a vida das pessoas; compreender e descrever o comportamento dos objetos e dos seres vivos; para gerar hipóteses (suposições admissíveis); para criar teorias (regras ou leis organizadas).

    A citação do Tomanik "a realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos. Ela é sempre diferente do que gostaríamos que fosse; por isso tentamos modificá-la.” Como as pesquisas na área das ciências sociais aplicadas possuem sempre a presença de indivíduos, entendo que esta citação se propõe a nos alertar sobre a subjetividade da imagem (conhecimento) que cada indivíduo possui da realidade. A percepção da realidade é um processo complexo, que foi, é e continuará sendo objeto de estudo de cientistas das mais diversas áreas nas ciências sociais. Do ponto de vista da Fenomenologia os indivíduos não interagem diretamente com a realidade, pois os sentidos humanos e o arcabouço de conhecimentos e experiências que cada um possui é o que define sua percepção da realidade, ou seja, a realidade passa por um processo de “filtragem”. Dessa forma, cada indivíduo possui sua própria percepção da realidade. Ficam excluídos, obviamente, os fenômenos da realidade que são percebidos sob a ótica do “senso comum”. Na referida citação está dito que “tentamos modifica-la”. É possível que o autor tenha pretendido dizer que nós pesquisadores tentamos modificar a realidade que percebemos para, de alguma forma, adequarmos nossas pesquisas a objetivos previamente definidos, dos quais não desejamos nos afastar. Dessa forma considero ser prudente, por parte dos pesquisadores em ciências sociais, agirem cautelosamente fazendo as necessárias correções nos rumos de suas pesquisas, mesmo que os objetivos precisem ser revistos, caso sua percepção os direcione numa direção diferente daquela que estava prevista.

    A minha pesquisa, como não poderia ser diferente, tem a presença do sujeito (indivíduo) como elemento central. O tema da minha pesquisa é a Arquitetura da Informação Organizacional, consequentemente está contextualizado no âmbito das organizações. Uma organização, seja ela de direito público ou privado, possua ela fins lucrativos ou não, esteja ela inserida em qualquer contexto econômico, social ou geográfico, possui duas características: é constituída de pessoas e de “coisas”. Já pesquisei vários conceitos para organização e não encontrei nenhum que não citasse a palavra pessoas, tendo-a como elemento central de suas formulações. Como dito anteriormente, no âmbito da Fenomenologia, corrente filosófica na qual se apoiam os princípios epistemológicos da Teoria Geral da Arquitetura da Informação (TGAI), atualmente em gestação no âmbito do CPAI/UnB, a percepção do sujeito (indivíduo) da realidade é subjetiva. Dessa forma terei que ter atenção ao construir minhas ideias, cuidando para que as mesmas não deixem de considerar a subjetividade do conhecimento adquirido por pessoas, em função das percepções distintas que cada uma poderá ter sobre a realidade, que envolve o fenômeno que estou me propondo a pesquisar em minha dissertação.

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  18. Reflexões sobre por que fazemos ciência?

    a) M-UnB
    b) Nome completo: RÔMULO FERREIRA DOS SANTOS.
    c) Matrícula: 12/0065762.


    A ciência não exerce uma busca pela verdade absoluta, mas apenas um fato apenas hoje melhor que ontem. Logo, considerar a ciência como verdade absoluta é errado e desnecessário: ciência é um reflexo da realidade apenas, mas o melhor que poderíamos criar.
    Mario Bunge nos lembra que "não há caminhos feitos na ciência, mas, sim, uma bússola pela qual muitas vezes é possível estimar se você estiver em uma pista promissora. Esta bússola é o método científico e tem permitido andar em caminhos diferentes.
    Por mais de três séculos, uma parte significativa das grandes mentes da humanidade deram suas vidas para o que chamamos de ciência. Para aqueles que fazem ciência, isto é uma consequência desejável e indispensável. Assim, o motor do trabalho científico é, em um primeiro momento, a beleza que emerge a partir da exaltação dos sentidos e logo após, a beleza de uma ordem que inspira grandeza em perpetuidade.
    A ciência tem influenciado a vida das pessoas. Os benefícios que a humanidade aprendeu com a ciência é sem precedentes, mas em alguns casos os impactos foram nocivos. O poder da ciência para mudar as coisas requer obrigação científica de exercer grande cautela em suas ações e palavras. Assim sendo, os cientistas devem pensar nas consequências sociais de seu trabalho e explicar ao público a incompletude que suas descobertas têm. Mas, em paralelo, eles não devem hesitar em explorar plenamente o poder da ciência.
    Por fim, a pesquisa científica tem me ajudado a compreender o mundo que nos rodeia, a entender como as coisas funcionam e por que certas coisas agem de determinada forma.

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  19. Muitos presumem que a ciência é a busca por respostas. Eu faço um outro tipo de reflexão, o que vem primeiro a galinha ou o ovo? Antes da busca por respostas não seria primeiro fundamental a formulação de uma adequada PERGUNTA? Sob este ângulo, a ciência não seria a busca das perguntas certas?

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  20. Mestrado - UnB
    Suzana Francisca da Rocha
    Matrícula: 12/0065789

    Link para a atividade solicitada:
    http://cienciaeinformacao.blogspot.com.br/

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  21. M-UnB
    Cléria Elvina Costa Moreira
    Matrícula:12/0065533

    Para responder as perguntas “Para que serve a ciência?”e “Porque fazemos ciência?” resolvi entrevistar as minhas filhas de 17 e 20 anos e obtive as seguintes respostas: desvendar o desconhecido; colocar nossa visão de mundo no mundo; conhecer o desconhecido; entender melhor o mundo; aprender a viver; facilitar a vida; e (sei lá...) criar mecanismos para viver.
    Ao agir dessa forma eu estava fazendo ciência? Algumas pessoas poderão responder que sim afinal, eu tinha um objeto de estudo, um objetivo e usei a entrevista como método. No entanto, ciência é muito mais que isso e não devemos confundir uma afirmação qualquer com o conhecimento advindo do ato de fazer ciência. O que observamos aqui são manifestações livres que representam a vontade das jovens entrevistadas e que não contribuem para o entendimento do que vem a ser ciência.
    Tomanik(2009), em seu livro “O Olhar no Espelho” aborda essas questões com muita propriedade e apresenta alguns aspectos essenciais ao trabalho científico. Para ele, os conhecimentos reunidos sob o título de ciência são recursos desenvolvidos para suprir as necessidades e aspirações do homem e devem ser construídos com base em uma clara definição do objeto de estudo e do método empregado. Para o autor, método são procedimentos que permitem conhecer o objeto de estudo, que favorecem o desenvolvimento das afirmações acerca desse objeto e possibilitam avaliar a adequação de cada uma delas, distinguindo facilmente as afirmações bem fundamentadas daquelas que representam meros palpites do seu autor.
    Para mim, uma aspirante à cientista, existem várias respostas a essas perguntas e muitos autores, como Tomanik, já as apresentaram, sendo que quase todas levam ao entendimento de que fazer ciência objetiva conhecer mais sobre o mundo traduzindo esse conhecimento em melhorias para os seres que vivem nele. Em minha opinião, é essa busca que move os pesquisadores em uma refutação/revisão eterna das afirmações científicas e, paralelamente, a repensarem o modo de fazer ciência. Atualmente, fala-se em uma ciência pós-moderna que se destaca, entre outros aspectos, a multidisciplinaridade e colaboração teórica e metodológica.
    Analisando a minha proposta de pesquisa em relação ao que foi abordado, tem-se uma tentativa de aplicar a Ciência da Informação, uma representante da ciência pós-moderna, para conhecer a realidade do Tribunal Superior do Trabalho (TST), especificamente, o significado da informação processual trabalhista para cada servidor do TST que se relaciona com ela. A CI, por meio de seus métodos e de outros emprestados de outras ciências sociais, contribuirá para a compreensão desses significados pois possibilitará um estudo da informação sob a ótica dos sujeitos que dependem dessas informações. Como resultado dessa pesquisa, espera-se identificar a necessidade de informações que cada sujeito necessita para execução de suas atividades cotidianas e colaborar na adaptação dos sistemas de informação que manuseiam essa informação, contribuindo assim, para alcançar um dos fins da ciência: melhorar a vida das pessoas.

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  22. M-UNB
    Aluna: Cristiane Basques da Cunha Silva
    Matrícula: 120065550

    O link encontra-se disponível em:
    http://poeirab.blogspot.com.br/2012/07/para-que-serve-ciencia-afinal.html

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  23. M-UnB;
    nome completo: Gilberto Lourenço Fernandes
    matrícula: 12/0065614

    Links para esta atividade:
    http://gilberto-fernandes.blogspot.com.br/2012/06/ciencia-x-filosofia.html

    http://gilberto-fernandes.blogspot.com.br/2012/06/o-carater-ilusorio-da-realidade.html

    http://gilberto-fernandes.blogspot.com.br/2012/06/subjetividade-do-conhecimento.html

    http://gilberto-fernandes.blogspot.com.br/2012/06/subjetividade-do-conhecimento-ii.html

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  24. M-UnB
    Kelly Cristina Wilhelm De Toni.
    Matrícula: 12/0065622

    Um conceito universal do que é a Ciência, não existe. O mesmo preceito segue a questão: Para que serve a Ciência? Para que fazer Ciência?

    Posso considerar minha posição quanto ao assunto até enganosa ou até arrogante. A ciência, em essência, não se caracteriza sob a busca da verdade absoluta, talvez algumas verdades ou interpretações provisórias, pois sempre há um certo grau de imprecisão, inquietude ou limites com tal. Se a realidade está em um processo contínuo de mutação, os conhecimentos não podem ser estáticos ou definidos.
    Nesse sentido, segundo as palavras de Eduardo Tomanik no livro “O Olhar no Espelho”, a ciência serve para obtermos conhecimentos sobre um aspecto da realidade, onde o homem é o elemento e não o centro da pesquisa, devendo construir e constituir conhecimento real e útil a ele.

    Vamos tomar como exemplo o dia de hoje, quarta-feira 04 de julho de 2012, em Genebra na sede do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, o mundo científico está comemorando a descoberta de uma nova partícula subatômica chamada de bóson de Higgs e que pode revelar a origem do universo, como tudo começou. A partícula é compatível com as previsões teóricas do Modelo Padrão da Física, formulado em 1964, que ainda não fora detectado. Os cientistas usaram o método de aceleramento de partículas próximo à velocidade da luz, um acelerador de proporção grandiosa e poderosa produzindo energia a partir do choque dos átomos. Há mais de quatro décadas que cientistas tentam encontrar essa partícula. Mas ainda não há orientação ou ideias dos efeitos práticos no nosso dia a dia.

    Veja, a descoberta experimentada construiu e constituiu conhecimentos verificáveis na teoria em realidade, já a aplicabilidade ou utilidade de tal refletirá em contexto social ou humano? Benefícios x Malefícios? Legal, praticamente comprovou-se o que era uma previsão, nada mudou até então. Os resultados da mudança ou transformação devem ser imediatos? Bom, mesmo assim está sendo considerada a mais importante descoberta de conhecimento científico dos últimos anos.

    Assim, a ideia de que cada área do conhecimento pode ser analisada por aquilo que é se reforça. É a complexidade e a multidisciplinaridade presentes. Podemos investigar quais são seus objetivos, sendo que podem ser diferentes daquilo que “geralmente” consideramos ser, podemos investigar os métodos, as teorias usadas para atingir estes objetivos e o grau de sucesso que se consegue. Então, na pesquisa científica toda área do conhecimento pode ser experimentada, pode ser criticada para validações e constituir um arcabouço de conhecimentos em “potencial” ou possível com vistas a transformação da realidade.

    Na pesquisa científica os meios e as teorias podem, de fato, alcançar certos objetivos de forma melhor que outros e as interpretações na compreensão individual e de grupo (pesquisadores) podem estar erradas ou não sobre a situação dando precedentes a consequências positivas, negativas ou neutras, provocando ou não mudanças que podem ser teóricas e/ou sociais.

    Então, para fazer ciência, além dos seus pares, a mesma deve ser julgada pelos próprios méritos, pela investigação de seus objetivos, pela capacidade de alcançá-los, e pela situação social inerente. A exigência é: “razão”.

    O projeto de pesquisa que estou propondo traz o aspecto da realidade corporativa sob o tema da aprendizagem organizacional onde se alinha com os propósitos da ciência por meio do valor transformador na constituição de conhecimentos e de seu uso na avaliação de desempenho profissional e do negócio. Obtendo e construindo conhecimento real e aplicável, e que possa ser útil para orientar o comportamento das pessoas e/ou organizações frente à atual sociedade da informação. Converge-se com a ciência organizando as informações de tal forma que possibilite conhecer, controlar, manter ou transformar a parte da realidade a que este conhecimento se refere, como propõe Eduardo Tomanik.

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  25. Nome : Fernando A. de A. C. de Albuquerque
    Curso : Mestrado PPGCINF
    Matrícula: 120065592

    Endereço da contribuição :

    http://issuu.com/fernandoalbuquerque/docs/reflexoesciencia?mode=window&viewMode=doublePage

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  26. Mestrado UnB.
    Nome: Achilles Pinto Brelaz.
    Matrícula: 12/0065479.

    Minha contribuição para a discussão deste post foi feita em http://blog.brelaz.com.br/?p=71.

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  27. Mestrado UnB (Aluno Especial)
    Nome: Rodrigo Gonçalves Calazans
    Matricula: 10/05944

    Minha opnião está em meu Blog

    http://arquivoverdade.blogspot.com.br/2012/07/eu-queria-salvar-o-mundo.html

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  28. Mestrado UnB
    Nome: Pedro Davi S. Carvalho
    Mat.: Aluno Especial

    Podemos observar a tendência de entender a pesquisa científica como mudança, necessariamente pra melhor, visivelmente notável em um produto palpável e de amplo interesse social.
    Mas o conceito do “que é ciência” é divergente e, talvez, isso faça com que a resposta de “para que serve?” ganhe certo ar de pretensão. Se a proposta do exercício é esta mesmo, então vou aproveitar pra ser pretensioso. =P

    Apesar de absolutamente questionável, associo “fazer ciência” ao mito da caverna de Platão. Instigado em saber o que eram as sombras que tremeluziam na parede, um dos “moradores” da caverna se desacorrentou, passou por alguns obstáculos e assumiu o risco de o que ele descobriu fora da caverna (nada de mais) poderia ser questionado: seja o modo como este chegou a sua descoberta (tendência e parcialidade), como os objetivos que tinha (ética e moral) e as conclusões que fez desta.
    Entendo que essa busca da essência e origem das coisas, bem como da sua influência ainda que para fora do “mundo sensível”, o que é extremamente relativo, seja o “para que fazer ciência”.
    O risco de ser questionado fez com que o personagem do mito tivesse medo, pois se para os outros as sombras da parede já era a realidade e ponto, ele poderia ficar tachado de louco, imoral e mentiroso. Portanto, fazer ciência também é muito associado à inquietação e não conformidade com a realidade. Mas não deve ser confundido com a busca da realidade, e sim com a busca de entender e simplesmente entender. Se vai servir pra melhorar, ajudar ou acabar com a fome no mundo, são usos adjacentes. Por exemplo: saber que a reação nuclear transforma a massa em energia não é a mesma coisa que fazer uma bomba atômica.

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  29. Mestrado UnB
    Aluno: Julio Santillán Aldana
    Matrícula PPGCINF: 12/0071860
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    1. A la pregunta: ¿Para que sirve la ciencia finalmente? Nuestra respuesta es que la ciencia ciencia es un medio que sirve para ayudarnos a transformar nuestra realidad inmediata, o al menos adaptarla a nuestras necesidades. Mejora la realidad, al menos del hombre.

    En consecuencia el científico es una pieza clave de este proceso, porque constituye un agente de cambio de la realidad. Así la investigación científica es una vía que permite al hombre crear un mundo artificial y confortable para él.
    Desde nuestra perspectiva la ciencia tiene siempre un enfoque social, busca siempre el bienestar del hombre. Al respecto el filósofo Marío Bunge (1973) señalaba:

    La ciencia como actividad —como investigación— pertenece a la vida social; en cuanto se la aplica al mejoramiento de nuestro medio natural y artificial, a la invención y manufactura de bienes materiales y culturales, la ciencia se convierte en tecnología (BUNGE, 1973, 6 p.).

    Mientras por su parte Eduardo Tomanik agrega:

    La actividad científica , como cualquier actividad humana, es realizada dentro de un contexto social, y es influenciada, o incluso determinada por este contexto (TOMANIK, 2004, p. 169).

    2. En respuesta a la pregunta: ¿Como esa preocupación está evidencada en nuestro proyecto investigación? Diriamos que nuestra investigación tiene ese componente porque busca incidir en la mejora del acceso a la información académica y científica para todas las personas, promoviendo el uso de políticas adecuadas como es el caso del Acceso Abierto.

    Nuestro enfoque busca la mejora de nuestra realidad desde la perspectiva de la democratización de la información, osea que todos tengan acceso a la información, acceso a un conocimiento útil que brinde la posibilidad de un desarrollo integral de las personas y por consiguiente de nuestras comunidades .


    REFERÊNCIAS

    BUNGE, Mario Augusto. Ciencia: Su metodo y su filosofia(la). Buenos aires: Siglo Veinte, 1973. 159 p.

    TOMANIK, Eduardo Augusto. O olhar no espelho: "conversas" sobre a pesquisa em ciências sociais. 2. ed. rev. Maringá, PR: Editora da Universidade Estadual de Maringá, 2004. 239 p.

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  30. a) Mestrado – Unb
    b) Nome: Michelli Costa
    c)Matrícula: 12/0065690

    Por que fazemos ciência?

    Fazemos ciência porque queremos mudar a realidade e entendemos que para fazer uma mudança positiva precisamos conhecê-la, saber o que a levou a ser do jeito que é hoje e quais são os fenômenos que influenciam na sua configuração. Este conhecimento pode levar a uma nova proposta que seja possível e efetiva. A questão que pode aparecer para este argumento é: mas o entendimento da realidade só é possível por meio da ciência? Eu acredito que não. Desde sempre as pessoas têm capacidade, em alguma medida, para entender o que vivem. No entanto, eu acredito que a diferença esteja no método que é utilizado para fazer este entendimento. Por tanto, a grande questão de buscar uma explicação para a realidade por meio da ciência passa por utilizar o método científico. Acredito que este método tenha tanto prestígio para nossa sociedade, a ponto de determinar a forma como vamos conhecer algo, por conta de um processo histórico e social do século XVIII que influencia até hoje a forma como produzimos os bens materiais que sustentam a vida, a forma como nos relacionamos com outras pessoas e por consequência a forma como entendemos todos estes processos. Os ideais iluministas, que influenciam os princípios da ciência moderna, propõem uma forma de entender a realidade que não seja enviesada por poderes religiosos hegemônicos nem por grupos sociais dominantes. A proposta desta ideia era que o pensamento científico fosse objetivo, não fosse personalizado e pudesse atender a diferentes interesses. No entanto, como argumenta Tomanik em seu livro “O olhar no espelho”, os grupos que historicamente estão na posição privilegiada da ciência não tem mudado ao longo do tempo, o que pode indicar vários pontos tendenciosos deste grupo que faz ciência. Esta discussão me parece ser bem complexa e sem uma conclusão permanente. Temos que avaliar o processo da ciência, enquanto responsáveis pela sua produção e comunicação, ao mesmo tempo em que vamos modificando.
    Eu quero fazer ciência porque este é o meio que eu tenho acessível para entender a minha realidade e porque ela dispõem de instrumentos que podem provocar mudanças que eu considero desejáveis. A minha proposta de fazer ciência no mestrado é um projeto de diagnosticar a comunicação da ciência que é feita sob os paradigmas do acesso aberto e com isto poder contribuir para otimizar seus processos.

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  31. Mestrado - PPGCINF/UnB
    Matrícula: 12/0065771

    “Em conjunto, os métodos científicos são uma conquista da pesquisa pelo menos tão considerável que não importa seu resultado: com efeito, é na compreensão do método que repousa o espírito científico [...].” (Nietzsche, 2000, p. 300)

    Como explicar o que é ciência? Tomanik (2004) relaciona a ciência à curiosidade inerente ao ser humano bem como à vontade de modificar a realidade que o cerca em prol de uma outra, a desejada. Ignorando as vontades pessoais do pesquisador, e tomando uma visão global, humana, não é raro dizer que caminhamos (no passado) para uma utopia previamente constatada. “Utopia” vem da soma dos radicais gregos equivalentes a “não” e “lugar”, ou seja, o “não-lugar” ou o “lugar que não existe”.

    Thomas More (2005) cunhou este termo em sua obra homônima, em 1516. Constata-se que as interpretações na época a tiveram como um projeto praticável e impuseram-na um sentido estritamente econômico. Para viabilizar a construção da sociedade ideal se fazia necessária apenas uma coisa: riqueza. Este preço a pagar pela tentativa de perfeição fez com que vorazes decisões econômicas fossem tomadas e vistas como consequências necessárias que seriam compensadas pelos benefícios finais.

    As consequências disso na sociedade atual, segundo o sociólogo Zygmunt Bauman (2001), fizeram com que nos deparássemos com uma desordem na organização racional do mundo. Segundo ele, a evolução do pensamento do século XVI tornou tudo instável e hoje nossas vidas se resumem a tentativas de lidar com essa instabilidade.

    Este problema levou os pensadores contemporâneos a formular uma “Nova Utopia”, na qual ao invés de combatermos todo o sistema, combateríamos apenas suas consequências. Ou seja, tentaríamos melhorar as condições de vida atual de acordo com a realidade em que estamos inseridos, dentro de nossas possibilidades.

    É empiricamente notável o esforço da ciência atual em combater problemas gerados no passado. Econômicos, sociais e ambientais. Se voltarmos a Tomanik (2004), vemos uma exposição das ciências sociais como aquelas que discutem processos sociais e humanos para determinar novos rumos para os estudos que envolvem o homem. Dentro do escopo defendido por Bauman, caminhamos, então, para uma realidade melhor: seja para “consertar” os erros do passado, seja para conhecer melhor o mundo.

    A Ciência da Informação, aí inclusa, abarca também a interação entre o homem e a informação, fenômeno pelo qual tenho particular interesse. É comum dizer que com o advento da internet, a forma com que o homem lida com a informação mudou. A segunda geração deste advento, tida como Web 2.0, otimizou a relação entre Instituições e usuário, permitindo uma via dupla de troca de informações em tempo real. Este fenômeno, tido como espontâneo, permitiu uma nova forma de recuperação das informações, partindo do âmbito pessoal de cada usuário, movido pelos seus interesses, mas passível de ser estudado em coletividade: a folksonomia.

    O acesso a informação e a divulgação dos interesses pessoais em escala global inserem o cidadão comum nos assuntos tratados pelos pesquisadores, familiarizados com o método científico – se tomarmos o viés Nietzschiniano do início deste texto.

    Referências:

    BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001

    MORE, Thomas. A Utopia. São Paulo: Martin. Claret, 2005.

    NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

    TOMANIK, Eduardo Augusto. O olhar no espelho: "conversas" sobre a pesquisa em Ciências Sociais. 2ª ed. Maringá: Eduem, 2004.

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  32. Rosa Costa
    DINTER UnB/UFES

    A resposta encontra-se no meu blog:

    Por que fazemos ciência?
    http://fotopesquisa.blogspot.com.br/

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