Ambiente virtual de debate metodológico em Ciência da Informação, pesquisa científica e produção social de conhecimento

terça-feira, 29 de maio de 2012

Blog de MetodologiaCI inspira Correio Braziliense


Em 2010 um post deste blog sobre as sucessivas discussões relacionadas à URP e as greves dos anos anteriores utilizou como metáfora o título do famoso livro de Gabriel Garcia Marquez, o colombiano que já ganhou o prêmio Nobel de Literatura. O teor da postagem estava relacionado à questão de ausência de um projeto nacional estratégico para o Brasil que contemplasse a universidade pública como protagonista, cujo principal indício era (e ainda é) a caótica situação da remuneração docente. O tema da morte anunciada foi retomado no editorial do Correio Braziliense do último domingo na análise do quadro atual da greve das IFES.

Hoje, mais uma vez, a UnB começa a mergulhar, cada vez mais profundamente, em uma nova (nova?) greve com alcance verdadeiramente nacional e, por incrível que pareça, com uma manifestação explícita da grande imprensa local de que há falta de sensibilidade governamental e de que as reivindicações são mais do que justas: são fundamentais para que o país não abra mão das universidades federais, que são, na visão do Correio instituições "encarregadas de formar a elite nacional e de qualificar profissionais aptos a responder às necessidades do mercado de trabalho". São estratégicas, ainda de acordo com o jornal, já que "para sustentar o crescimento, o país tem de contar com cabeças pensantes e mão de obra sofisticada".
  • Clique no recorte acima e leia o editorial em imagem ampliada.
  • Veja aqui relação de posts anteriores sobre a UnB.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Exercício de adaptação de projetos

Copiado de Anira the Cat
A formulação e formalização de projetos atua em algumas frentes de transição e adaptação de informação. Em um primeiro momento há a transposição da estrutura mental do projeto para algo mais formalizado, na forma de um projeto genérico (ver esquema sobre isso aqui) . Em um segundo momento o projeto genérico é adaptado e aprimorado conforme as exigências científicas e institucionais do local de acolhimento da pesquisa (ex: um programa de pós-graduação, uma agência de fomento etc.). Muitas vezes para uma pesquisa já em curso surgem algumas oportunidades de novos desenvolvimentos, por meio de editais específicos, que forçam uma adaptação da proposta para atendimento de escopos e requisitos distintos.


Algumas dessas informações são as mesmas da sugestão de pontos para reflexão do capítulo 1 do livro de Tomanik e visam complementar o exercício de redação de resumos de pesquisa, com vistas ao aperfeiçoamento da formalização do projeto.


O exercício atual consiste em delinear de modo esquemático uma adaptação hipotética do projeto atual de pesquisa para o edital 2012 do Fondo Regional para la Innovación Digital en América Latina y el Caribe (FRIDA), indicando:
a) temática(s) FRIDA 2012 a ser atendida(s);
b) antecedentes e justificativa (apenas esquema de tópicos que seriam desenvolvidos se fosse uma submissão real);
c) objetivos gerais e específicos (já adaptados para o edital);
d) beneficiários potenciais hipotéticos do projeto;
e) estratégia e metodologia de pesquisa (apenas esquema básico de como pretende executar a proposta);
f) cronograma sumário (indicar atividades básicas previstas para cada trimestre);
g) produtos esperados (intermediários e finais) e respectivos indicadores;
h) premissas relevantes que podem condicionar o êxito e análise de riscos (apenas indicação esquemática);
f) comentar livremente o projeto do colega que o antecedeu, sobretudo quanto à adaptação ao edital e à chance de ser, hipoteticamente, selecionado.

O prazo para a realização encerra-se às 13h:59min da próxima 5ªf, dia 31/05, porém é altamente desejável que as respostas possam já estar disponíveis na 2ªf, 28/05 pela manhã.

Advertência aos leitores não integrantes da turma atual de Metodologia: essa atividade busca apenas simular a submissão de um projeto a um fundo internacional, com finalidade pedagógica. As propostas aqui apresentadas são esquemáticas, preliminares e nem sempre plenamente adequadas ao edital em tela, em função das próprias características do exercício e de suas condições técnicas efetivas. Os leitores não pertencentes à turma atual estão, é claro, convidados a participar, de acordo com as regras estabelecidas. Os leitores externos, mesmo que não participem, devem ter em mente que como exercício de simulação esquemática nenhuma proposta aqui apresentada é passível de quaisquer críticas quanto ao mérito: são apenas insumos (divulgados aberrantemente) para melhorar a qualidade da reflexão em aula e o aprimoramento individual dos alunos. Maiores detalhes sobre a política deste blog quanto à apresentação e discussão pública de projetos discentes pode ser vista aqui.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Engenharia reversa na confecção de projetos de pesquisa

Copiado de Planeta Educação
A atividade on-line da turma atual de metodologia consiste em escrever resumos de pesquisa e tentar decompô-los em seus elementos constitutivos. O primeiro leitor deverá, para o resumo inicial, indicar:
a) nome e curso
b) tema do resumo analisado
c) problema de pesquisa do resumo analisado
d) base empírica a ser utilizada pelo resumo analisado
e) base conceitual a ser utilizada pelo resumo analisado

Para concluir a atividade o mesmo leitor deverá apor o resumo de sua própria pesquisa, com até 150 palavras.

O segundo leitor repete as operações acima com o resumo do primeiro leitor e o processo continuará sucessivamente pelos demais leitores.

Exercício similar de discussão compartilhada de resumos já foi proposto anteriormente neste blog:
Cooperação do saber
Exercício de formulação de resumos de pesquisa
Redação de resumos de pesquisa

EM TEMPO: gente, vocês sabem porque eu indiquei os tópicos a serem respondidos em itens (a, b, c, d, e)??? Vou dar uma dica: tem a ver com a forma da resposta de vocês estar ou não texto corrido...

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Cordel, mural e redes sociais

Copiado de Wikepedia
A febre atual das redes sociais tecnológicas costuma ignorar que o fenômeno existe, há muito, bem antes do boom informático e pode estar relacionada a transformação nas comunicações, na construção de grupos e identidades e nas relações de poder. Como parte dos preparativos do Encontro Latinoamericano de Mulheres, que busca se constituir como um fórum paralelo e complementar à conferência mundial RIO+20, a comunidade Facebook "Terra, um planeta mulher" tem divulgado diversos textos preparatórios do evento. Uma das mesas estará dedicada à questão do "acesso à informação, sustentabilidade e relações de gênero"  e contará com a participação de Sucena Shkrada Resk, jornalista, que publicou recentemente excelente reflexão sobre a necessidade de democratização do acesso às redes sociais e às suas respectivas mídias/tecnologias:
Comunicação: do cordel à tecnologia,
por Sucena Shkrada Resk
O acesso à comunicação na contemporaneidade não pode ser definida somente por plataformas tecnológicas, como se fosse a única solução para tudo. Quando restringimos a uma alternativa, caímos na armadilha da verticalização. O princípio é o poder de escolha aos diversos tipos de mídias, desde o cordel, o jornal mural ao blog, a grupos, redes (acesso democrático por banda larga à internet), ao vídeo, a rádios e tvs comunitárias e a grades e pautas democráticas nas demais mídias. Tradição e modernidade são compatíveis e podem se misturar. Dão liga, porque inspiram manifestações e linguagens diversas e com um caráter importante: permitem a espontaneidade da participação.
Aqui não se trata de melhor ou pior, mas meios diferentes, com amplitudes menores ou maiores de público e participantes. Ao engessar as possibilidades, nos tornamos vítimas de nossos próprios discursos libertários. Por isso, achei interessante a apresentação do case “Cordel de Comunicação” apresentado pela jornalista pernambucana Raquel Lasalvia, do Centro de Cultura Luiz Freire, (CCLF), de Olinda, no último dia 4, durante o Seminário Desafios da Liberdade de Expressão. O evento foi promovido pelo Fórum Nacional pela Democracia da Comunicação (FNDC), em São Paulo.

Em conversa com o Blog Cidadãos do Mundo, ela explicou que a iniciativa surgiu em agosto do ano passado, no processo de divulgação das propostas do FNDC para o marco regulatório da comunicação no país. “A questão era popularizar as informações sobre os pontos discutidos. O jornalista Ivan Moraes Filho (também do CCLF) escreveu um texto em formato de cordel, nesse sentido. Daí João Brant (Intervozes) ajudou no mote, além de contribuições de Ricardo Mello”, disse.
Assim surgiu a Peleja Comunicacional do Marco Regulatório e ‘Conceição’ Pública na terra sem lei dos coronéis eletrônicos.
No conteúdo, há trechos como esse:

“...Só que devia ter regra
não é brincadeira não
garantir a todo mundo
liberdade de expressão
pelo menos é o que fala
nossa Constituição...”
“Depois fizemos parceria com o Intervozes e tivemos o apoio da Ford Foundation, para fazer as cartilhas em cordel. A publicação saiu em novembro de 2011 e foi distribuída na plenária do FNDC, no mês seguinte e no Encontro Nacional sobre Direito à Comunicação, em fevereiro, no Recife”.

O projeto deve se expandir para vídeo. “A ideia é que haja a participação de atores na interpretação e que até 15 de julho o trabalho esteja concluído e possa ser divulgado pela internet e TVs públicas”, adiantou.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Acesso à informação, sustentabilidade e relações de gênero


O evento que irá ocorrer logo logo aqui em Brasília, se insere na pauta de preparação da conferência RIO +20 e está com a programação sendo fechada a toque de caixa, com muita gente trabalhando duro. Estão previstas  4 mesas com 5 palestrantes cada uma, sendo que a do sia 06/06 está dedicada ao tema do acesso à informação.

Há um grupo e uma comunidade no Facebook dedicados ao tema é ao debate prévio de idéias para o debate. O grupo com menos de 48 horas de funcionamento chegou aos 250 membros. O tamanho sucesso mostra a força das redes sociais e demonstra que a questão do acesso à informação é uma temática para lá de pertinente para o tema. 

Não se trata de pensar apenas no acesso para promover a descentralização da informação, com a consequente ampliação do debate, da participação e democratização cidadã na formulação e reformulação de ideias. O foco também recai sobre o acesso que pode representar insumos vitais para a consolidação de novos modos de produção de riqueza comunitária, como é cada vez mais frequente em comunidades de artesãs, de donas de casa etc. Cabe ressaltar que tais comunidades geralmente tem como foco, até mesmo por uma questão econômica, o reaproveitamento de materiais, a adoção de medidas de sustentabilidade e outras práticas desejáveis para um planeta mais sadio. Essas comunidades estão promovendo uma real transformação na base de produção nacional das micro-empresas e do mercado de trabalho, que assume características distintas do emprego formal e do sub-emprego informal. O sucesso de tais comunidades só pode ser efetivo com uma ampla redemocratização do acesso à informação (coisa que vai muito mais além das "consultorias" dos SEBRAEs da vida). 

Novas ideias para o debate são mais do que benvindas. Afinal, a transformação do planeta atual em algo sustentável passa, sem sombra de dúvida, pela ação feminina e pela ampliação do acesso à informação.

Participe!

EM TEMPO: a coordenadora do evento, Flávia Portela indica que as inscrições estarão abertas a partir do dia 4 de maio em www.terraumplanetamulher.org. A participação será gratuita, porém limitada aos primeiros 200 requisitantes. Será emitido certificado de participação apenas para quem confirmar participação em, no mínimo 75%, do evento. Maiores informações pelo telefone 55.61.3225 0248