Ambiente virtual de debate metodológico em Ciência da Informação, pesquisa científica e produção social de conhecimento

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Chegou o dia B!!

 Banners da turma 02/2015 metodologia

E chegamos ao momento final de mais um ciclo: a exposição dos BaNnErS! 
Depois de muitos debates apresentamos uma proposta de pesquisa científica e estamos aptos a interagir com a sociedade exibindo um pouco dos caminhos científicos que pretendemos percorrer ou que já estão em andamento.

Venha interagir! Aguardamos sua opinião. 

Dia:27/11/2015 (sexta-feira)
Horário: a partir das 14h30
Local: ICC central

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Pelos caminhos da pesquisa: possibilidades de uso da fotografia


GO VA! (cc) Rosana Souza 2015
Quando saímos em busca do espírito científico percorremos caminhos desafiadores, assim propomos para esta semana a seguinte atividade:

Escreva uma postagem apresentando exemplos possíveis de pesquisa escolhendo um dos temas abaixo:

- A fotografia no cenário internacional
- A fotografia e a arte
- A fotografia na atividade acadêmica
- A fotografia e a informação
- A fotografia como patrimônio cultural
- A fotografia e o uso das tecnologias
- A fotografia e a comunicação

Lembrando que os exemplos devem conter pelo menos o problema de pesquisa.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Sugestão de atividade de reflexão coletiva


Bruno, Edson e Elaine sugerem que tod@s busquem pensar sobre as questões extraídas do capítulo 01 de Tomanik (ver post aqui), devendo, cada um, ao menos:
a) postar uma reflexão nos comments abaixo;
b) tecer alguma consideração que complemente alguma observação do colega.
obs: ao contrário da atividade anterior, não há uma ordem pré-estabelecida para colocar reflexão ou comentar pontos de vista do colega; a estrutura da atividade é livre.

Programa de disciplina

O novo programa da disciplina Tópicos Especiais em Organização da Informação: aprimoramento de projetos de pesquisa em acervos fotográficos (382787) já está disponível aqui e tem o seguinte cronograma:

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Nova ciranda metodológica


Laboratório de conservação da Biblioteca Publica Piloto (Colômbia)
apalopez, Medellín, mar 2014.
A atividade desta semana consiste em construir colaborativamente os resumos dos projetos, em parte para tentar ser menos ouriço.

O primeiro pesquisador indica nos comments:
a) tema de pesquisa;
b) sub-temas;
c) problema geral;
d) base empírica

O seguinte pesquisador irá construir o resumo (com título) da pesquisa do colega com base nas informações anteriores.

Na sequencia, o mesmo pesquisador repetirá os passos de (a) a (d), abrindo nova janela para um terceiro colega e assim sucessivamente.

No final da atividade, a primeira pessoa fecha o ciclo, realizando o resumo do último participante.

O final de ciclo se dará a partir das 18:00hs da próxima 5ªf dia, 27/08. A partir desse momento a pessoa que abriu a ciranda estará autorizada a fechar a atividade quando lhe parecer mais conveniente, até às 14:45hs do dia seguinte, pouco antes de começar a aula.

BOA ATIVIDADE

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

McTese Feliz! (Supersizing)

Fonte: http://ragamuffinsoul.com/
Recebi um excelente artigo do amigo Fernando Franca publicado na revista Pragmatismo Político (AQUI). Em julho deste ano a revista em questão discutiu um tema relevante, abordado vários momentos aqui neste blog: a doença da normalidade que assola a produção de conhecimentos acadêmicos. 

Podemos imaginar Peter Higgs, vencedor do Prêmio Nobel de Física de 2013, num mundo acadêmico envolto pelo fantasma do "produza ou pereça"? Onde estão as ideias originais que necessitam de tempo de maturação para aprimoramento? Com sistemas de avaliação cada vez mais focados em produtividade a "normose" acadêmica faz como vítima o próprio conhecimento. Randy Schekman, Prêmio Nobel de Medicina deste ano, argumenta que a pressa intensifica a improbabilidade de opção por trabalhos mais relevantes em detrimento da perseguição aos campos científicos da moda. Schekman vai além ao afirmar que devemos evitar de avaliar o mérito acadêmico pela produção de artigos.

Os ex-ganhadores de Nobel Prizes destacam que a qualidade das pesquisas são influenciadas diretamente pela meritocracia produtivista dos sistemas de avaliação de pesquisadores e pelos professores dos programas de pós-graduação que impedem os discentes de percorrer caminhos mais incômodos. Esse sistema os transforma em meros burocratas da produção de replicações científicas. A exigência de produção é um estímulo retroalimentador do status quo, reforçando a mensagem subliminar de que fugir ao normal é perigoso. Em outras palavras, os pesquisadores não devem trocar o certo pelo duvidoso, não sendo incentivados a tomar caminhos mais arriscados.

Ao que parece, a meritocracia produtivista traz as ilusões de progresso e eficiência que não podem nunca se realizar. Isso porque a própria burocracia se tornou uma força modeladora inescapável, orientando as ações dos acadêmicos. Os meios se tornaram fins. E agora somos burocratas avessos aos riscos e às mudanças.

Isso me faz lembrar as palavras do pensador Milton Santos, também utilizado por este blog: até quando escolheremos o produtivismo estéril por simples legitimação profissional?

Vale a pena a leitura do texto e também uma boa dose de discussão.

Rodrigo Ávila

sábado, 22 de novembro de 2014

A ciência da cIÊNCIA

Dizem que em 2666, durante a realização da Copa do Mundo de futebol nas Ilhas do Caribe, a cIÊNCIA foi de fato encontrada. 

Contrastando ao ambiente intensamente florescente dos trajes usuais das festas populares daquela região, a cIÊNCIA se vestia com um terno carvão de beleza estonteante, realçado pelo azul esmeralda reluzente de uma gravata clássica, comprada na movimentada Rua Cler, próxima à Torre Eiffel. Ao adentrar o ambiente pulsante, envolvido pela musicalidade dos corpos suados pelos movimentos da salsa, a cIÊNCIA chamou atenção: utilizava um IPhone 6, conectado a uma rádio de músicas clássicas que entoava a quinta sinfonia de Beethoven.

No instante em que todos os presentes voltaram-se para observar aquela figura memorável, a cIÊNCIA se sentou numa mesa isolada ao canto do recinto. Pediu um café preto, forte e sem açucar. Algumas crianças se aproximaram. A tal cIÊNCIA fazia várias tentativas de se comunicar, mesmo sem a correspondência dos nativos e turistas que visitavam o local. Tentava dizer entusiasmadamente que participara de todos os congressos científicos de sua área, mantendo impecavelmente o seu currículo Lattes de produção semanalmente atualizado. Arrotava números, afirmando que até aquele momento do ano já tinha participado de 70 encontros nacionais, 35 simpósios, 45 mesas redondas, 98 congressos, 52 defesas de teses e 23 eventos internacionais.

A mesma cIÊNCIA vociferava as razões em crer que no futuro o mundo não enfrentaria mais o problema da fome. Com a alarmante possibilidade tecnológica de incrementar a produção de bens e produtos de consumo, afirmava que todos os seres humanos teriam condições suficientementes seguras para realizar ao menos três refeições diariamente. Esbraveja adjetivos difamadores à falácia da teoria populacional malthusiana.

A inteligente cIÊNCIA tentava explicar a todos que a razão para os enormes contigentes populacionais das prisões do mundo inteiro estava diretamente relacionada à cor da pele dos homicidas. Afirmava categoricamente que os negros e pardos tinham maior propensão a participar mais ativamente do mundo do crime. Relatava que a venda de drogas, o aborto e a deliquência juvenil tinham como única correspondência a cor da pele dos indivíduos que compartilhavam essas experiências.

A sapiente cIÊNCIA chegou ao desvario de confrontar qualquer um presente que duvidasse da possibilidade dos grandes navegadores em alcançar as Índias, mesmo que para isso tivessem que fingir que descobririam uma outra terra que poderia se chamar Brazil. Para ela, não havia dúvida alguma de que todos os instrumentos desenvolvidos até então propiciariam a descoberta de novas terras por mares nunca d'antes navegados. E que batizaríamos os habitantes dessas terras de Índios, mesmo se também pudessem se chamar brasileiros.

A mesma cIÊNCIA tentava se fazer entender e dizer que esses "Índios" deveriam ser civilizados por brancos e europeus escolarizados. Que a civilização europeia traria todas as condições possíveis para dizimar as mazelas e as doenças daquela gente inocente; daqueles povos que não tinham condições razoáveis de utilizar o intelecto para realizar simples operações matemáticas. 

A cIÊNCIA se levantou e foi ao banheiro, gritando em alto e bom som: cogito ergo sum! cogito ergo sum! cogito ergo sum! Todos se entreolhavam e batiam palmas admirados.

No banheiro, a cIÊNCIA começou a esbravejar em voz alta aos presentes que já tínhamos todas as razões suficientes para entender que a menor partícula da matéria era indubitavelmente o átomo. E que o homem estaria muito próximo de descobrir a vida em outros planetas, porque assim poderíamos expandir os lucros cada vez mais volumosos das industrias de fast-food e mandar para espaços distantes os participantes de movimentos sociais que participassem das manifestações de rua contra a corrupção de governos cada vez mais transparentes. Adicionava ainda que as tecnologias verdes desenvolveriam a capacidade de compactuar intenso desenvolvimento econômico com ambientes de produção sustentáveis, respeitando o ritmo de funcionamento do meio ambiente.

Voltou do banheiro gargalhando pelo simples fato de que teríamos condições claras de prever todas as crises econômicas. Aliás, retificou o seu comentário escrevendo com um giz negro no quadro branco do bar o teorema que acabara de ganhar o Prêmio Nobel de Economia por demonstrar claramente o fato de que não teríamos mais crises econômicas no mundo, pois a inflação e a taxa de câmbio seriam fenômenos completamente controláveis por mercados livres dos países em desenvolvimento.

Diante de todos os aplausos por suas palavras incompreensíveis, a cIÊNCIA pediu a conta fazendo um gesto universal. Pagou o seu café enquanto todos a observavam estupefatos. Limpou o suor com um lenço branco importado que trazia no bolso de sua calça. Com todos de pé, aplaudindo, cantando e dançando a salsa que voltava a tocar após o silêncio ensurdecedor daquelas palavras inaudíveis, a cIÊNCIA correu pela porta dos fundos. Todos os presentes se espremeram à minúscula porta de saída. Algumas pessoas choravam emocionadas, machucando-se na tentativa de seguir a tal cIÊNCIA. 

Quando enfim conseguiram sair do ambiente, não conseguiram entender o que aconteceu...

P.S: A nossa personagem foi encontrada depois de algumas décadas numa manifestação de rua num país distante chamado Brasil. Naquele momento tão singular da história daquele país, milhares de cidadãos foram às ruas na esperança de conseguir melhores condições para lidar com as suas batalhas diárias. A famigerada cIÊNCIA foi flagrada comendo um sanduíche de presunto, sentada numa calçada, de bermuda, sem camisa e descalça. Segurava um cartaz com letras grandes e coloridas, recortadas do último jornal de domingo, formando a palavra ÉTICA!

* Rodrigo Ávila